Artigo do Dr. Marcus Vinicius Ramos Gonçalves sobre o primeiro turno das eleições é destaque no Diário Comércio, Indústrias & Serviços (DCI). Leia abaixo na íntegra:
Não sei a quem pertence a frase, mas gosto dela: “quando achamos que sabemos todas as respostas, vem a vida e muda as perguntas”.
Esta foi a eleição mais surpreendente que já vivemos.
Tenho certeza.
Creio que os maiores derrotados destas eleições devem estar apavorados. Tiveram o seu fim decretado. Não mais lhes darão ouvidos. De alguma forma, talvez até sobrevivam, mas terão que se reinventar. Acredito, portanto, que os grandes perdedores são os institutos de pesquisa. Erraram e feio, como vêm errando já há muito tempo. Não foram capazes de perceber que este pleito se deu em outra “faixa de onda”, que a informação circulava por outros meios. Não se atentaram que, boa parte dos eleitores que votavam nos extremos, por crença ou “utilitarismo”, de alguma forma não atendiam aos seus padrões de resposta de pesquisa. Ficaram numa situação delicada…
Outros derrotados são os políticos tradicionais, carreiristas, profissionais e seus clãs. De esquerda, direita, centro etc. Não importa. Boa parte não se reelegeu ou não conseguiu voltar, ainda que seus nomes ecoassem como líderes nas pesquisas. Surge com isso um legislativo com muitas novas caras, sem apresentar novidades.
Todavia, o grande desafio desta eleição (e que talvez não tenhamos condição de entender) foi como os dois grupos finalistas para presidência da república, fizeram repercutir de modo distinto quem os apoiou.
De um lado, o candidato mais conservador, da “direita”, pareceu ser uma espécie de Midas. Todos que tocou viraram ouro nas eleições. Impressionante. Candidatos até então desconhecidos, viraram autênticos fenômenos eleitorais.
De outro, o candidato da “esquerda”. Com quase todos os seus apoiadores regionais derrotados, posto que a grande maioria dos candidatos a governador do seu partido perderam de “lavada”, encontrou forças para ir ao segundo turno com votação quase duas ou três vezes maior que os mesmos. Aliás, com votação quase 50% maior que média histórica do seu partido. Certamente, a estratégia de colar seu mentor à sua imagem mostrou-se eficaz. Decolou quando muitos o julgavam sem asas.
Em verdade, a eleição presidencial, nesta primeira etapa, foi marcada pela vitória dos mitos.
De um lado, alguém com tom sempre messiânico, que veio de baixo; de discurso fácil e que sempre tem resposta para tudo (ainda que a resposta esteja nos outros ou seja baseada numa mentira); cuja maior habilidade é conseguir se comunicar com as massas apostando nos seus medos.
Do outro lado, bem…do outro lado, o mesmo…Ambos são a mesma coisa vista na dinâmica do espelho, imagem reflexa e inversa de uma mesma perigosa coisa: a fragilização da democracia.
Parecemos estar numa encruzilhada. Não estamos. Seguimos firmes para um mesmo desfecho…
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