Due diligence torna-se ferramenta estratégica em cenário de crise

Veículo: Diário do Comércio

 

Recentemente vimos o mercado internacional de bebidas proporcionar mais uma grande fusão entre líderes do segmento. As negociações para compra do grupo norte-americano de bebidas, SAB Miller, pela companhia multinacional do mesmo ramo, AB InBev, uma oferta de compra acima de US$ 100 bilhões, gerou rebuliço nas últimas semanas, culminando na aceitação da proposta e em uma possível fusão, que parece ser uma das maiores da história do setor.

No Brasil, apesar da queda do número de Fusões e Aquisições (M&A) no mês de agosto, no acumulado anual, o País continua na liderança da América Latina como o que mais realiza transações de fusões e aquisições. Em agosto foram 57 transações segundo o relatório mensal TTR (Transational Track Record), apesar de demonstrar uma queda em relação ao mesmo período de 2014 (um pouco mais de 80 transações), as transações de M&A movimentaram mais de R$ 160 bilhões na economia.

A desvalorização do real, ainda que tenha tornado o País um pouco mais atraente para alguns investidores estrangeiros, não foi o suficiente para manter as transações no mesmo ritmo dos últimos anos. “A crise econômica aliada a um cenário de instabilidade política gera, em primeiro momento, uma certa insegurança para o andamento dos negócios”, comenta Marcus Vinicius Ramos Gonçalves, sócio do escritório Bertolucci & Ramos Gonçalves e professor da FGV-SP.

Desta forma, a aquisição e fusão de empresas deve ser realizada de forma ainda mais precavida. O due diligence, como é conhecida a auditoria legal, torna-se uma ferramenta indispensável para empresas que desejam realizar transações de M&A. “Due diligence se baseia em procedimentos para realização de diagnósticos do negócio a ser adquirido. Se bem feito, ele deve fornecer todas as informações estratégicas para os compradores, tanto em relação a processos judiciais, passivos trabalhistas, protestos de cobrança e um panorama dos possíveis riscos da aquisição, sobretudo os referentes ao compliance da empresa”, explica o advogado.

Mesmo com o mercado desaquecido, a busca por soluções referentes aos processos de fusões e aquisições se mantem constante, sobretudo no caso de medidas que podem ajudar tanto multinacionais quanto médias e pequenas empresas a garantirem uma boa negociação e a diminuição dos riscos na compra.

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